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Esta obra foi selecionada pela Bolsa Funarte de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet
 
 
 
 

 

 
:: Quem é quem » Grupos » Papel Crepon
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Era 1979 e minha cabeça estava cheia de idéias. Queria aplicar toda aquela experiência em uma montagem idealizada e dirigida por mim. A oportunidade surgiu na Primeira Mostra de Teatro Infantil de Niterói, que iria acontecer em novembro no teatro Leopoldo Fróes. Cerquei-me de bons atores e montei uma comédia infantil adaptada do famoso clássico “Cinderela”. Foi um sucesso! Fomos vencedores e como prêmio, ganhamos uma temporada que seria realizada em abril de 1980 no Leopoldo Fróes. Durante nossas apresentações, notei que os pais, que de certa forma eram obrigados a acompanhar seus filhos e às vezes até tiravam um cochilo no escurinho da platéia, passaram a se divertir junto com a família e, acreditem, tinha adulto que ia sozinho!

No mesmo ano resolvo investir em um espetáculo adulto, apaixonado por teatro de revista e com a idéia de que o gênero jamais deveria morrer: monto então “Tem Xaveco no Tablado” e “Araribroadway”, duas revistas que embora tivessem como tema a cidade de Niterói, foram muito bem aceitas pelo público carioca no Teatro Serrador e no Teatro Experimental Cacilda Becker.

Nos anos seguintes, vieram “Facetoface” (onde contracenei com a minha eterna primeira dama do teatro fluminense, Cristina Fracho), “Sangue, muito Sangue”, “Cassino Icaraí”, “Adão e Eva”, “A Dama do Camarote”, e o bombástico “Anormalistas”, de Lucia Cerrone e Marcello Caridade.

Os infantis foram muitos, mas vou citar alguns, que tiveram uma importância vital para a formação de nossa platéia: “Peter Pan” (ao lado de meus queridos sobrinhos Gisela Roessler, como Fada Sininho, e Willy Roessler, como o Miguel), “Aladim”, “A Bela Adormecida”, “Annie a Pequena Órfã”, “Mamãe Ganso”, e “Branca de Neve”, com destaque, nesses três últimos, para a excelente performance do elenco mirim, formado pelas nossas oficinas.

O público confirmava seu amor pelo grupo freqüentando os teatros. Textos inéditos e adaptações de adultos e infantis se sucederam com premiações, moções honrosas da Câmara dos Vereadores e Alerj.

Viajamos pelas principais capitais do país com o projeto “A escola vai ao teatro”, implantado pelo produtor e amigo Roberto Muniz.
Mas, com o passar do tempo, senti crescer a necessidade de um espaço para ensaios, oficinas, e alojamento de cenários e figurinos. E por falar em figurinos, todo o meu precioso acervo foi confeccionado por Cida Hardman, “A Feiticeira das Agulhas”, como é carinhosamente chamada por todos nós.

Depoimento: Eduard Roessler